A missão é comumente entendida como um movimento
para fora, um ir até outros povos e
culturas, paras situações exteriores, para o além fronteiras. Isto é
profundamente verdadeiro à medida que se fundamente na ordem de Jesus de ir
pelo mundo todo e pregar o Evangelho. Missão é antes de tudo um movimento para
o coração de Deus.
A missão é Trinitária, ou seja, a missão está
inserida na vida do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
A missão é de Deus Pai, que sendo Ele o Princípio quis
derramar e não cessa de derramar ainda hoje a sua bondade Divina sobre cada
homem e mulher da face da terra, criando-nos livremente e nos fazendo
participantes de sua própria vida e glória. A missão do Filho de Deus
passa “pelo caminho da verdadeira encarnação”, Ele veio para fazer que todas as
pessoas fossem participantes da natureza divina, se fazendo um de nós, assumiu
por inteiro a natureza humana, tal como somos menos no pecado. A missão do
Espírito Santo: no dia de Pentecostes o Espírito Santo desce sobre os
discípulos para ficar com eles e dá-se o início da Igreja. Por sua vez o início
da Igreja marca o início de sua missão, ou seja, a Igreja foi fundada para
anunciar e promover o Reino de Deus a todos os povos.
Se a Igreja é missionária desde a sua origem , cada
cristão batizado se torna ele também missionário, assim sua iniciativa deve ser
de adentrar no coração de Deus uno e trino. Cada cristão é responsável de dar
continuidade na obra evangelizadora da Igreja.
Missão é antes de tudo, deixarmo-nos conduzir por
Deus aonde e como ele quer e de acordo com os planos que ele tem para a nossa
vida. Como família, nossa missão do dia a dia é de ser pai, mãe, irmão,
irmã...neste cotidiano podemos nos perguntar aonde e quando faço a vontade de
Deus, se realmente respondo feliz a vocação que Deus me deu.
Quando sou consciente e consigo responder que
sou feliz na vocação de ser pai, de ser
mãe me coloco disponível e sou capaz de ser instrumento nas mãos de Deus e de
me abrir e abraçar as outras pessoas; sou aberto à ação misteriosa do Espírito
Santo que me impulsiona à missão até os confins do mundo.
Como batizados somos chamados a fazer a nossa parte.
Cabe a nós continuar semeando as sementes do Reino de Deus e promover seus
valores dentro da realidade em que vivemos, ir ao encontro dos diferentes povos
e culturas e proclamar com a vida e as ações a vida em plenitude a todos os
povos.
O que os documentos
falam sobre a Missão dos leigos e das famílias:
“Em cada família cristã, deveriam encontrar-se os
diversos aspectos da Igreja inteira. Por outras palavras a família, como a
Igreja, tem por dever ser um espaço onde o Evangelho é transmitido e donde o
Evangelho irradia. No seio de uma família que tem consciência desta missão,
todos os membros da mesma evangelizam e são evangelizados. Os pais não só
comunicam os filhos o evangelho, mas podem receber deles o mesmo evangelho
profundamente vivido. E uma família assim torna-se evangelizadora de muitas
outras famílias e do meio ambiente em que ela se insere” (Paulo VI Sobre a Evangelização
no mundo Contemporâneo). A missão primeira das famílias é o testemunho cristão
dentro de sua própria casa, através de seu testemunho outras famílias são
convidadas a também fazer a adesão das propostas do reino de Deus.
“A participação dos leigos na expansão da fé é
clara, desde os primeiros tempos do cristianismo, tanto a nível de indivíduos e
de famílias, como da comunidade inteira, os setores da presença e da ação
missionária dos leigos são muitos amplos” (João Paulo II na carta Encíclica
sobre a validade do mandato missionário). Por estar inserido no mundo da
política, do trabalho, da educação, no contato direto com a realidade da
sociedade, seu papel é de animador e transmissor da Boa nova de Cristo dentro
do meio em que está inserido.
No decreto sobre a atividade missionária da Igreja,
nos coloca o dever missionário do leigo: “Os leigos colaboram na obra de
evangelização da Igreja e participam de sua missão salvifica. Nas terras já
cristãs, os leigos colaborem na evangelização, fomentando em si e nos outros o
conhecimento e o amor das missões, despertando as vocações na própria família,
nas associações católicas e nas escolas, oferecendo subsídios de todo gênero, a
fim de outros obterem , o dom da fé, que eles mesmo de graça receberam. E nas
terras de missões os leigos, ensinem nas escolas, administrem os bens
temporais, colaborem na atividade paroquial e diocesana, promovem formas de
apostolado leigo, para poderem os fiéis assumir parte própria da vida da Igreja”.
Como cristão sou convidado a anunciar Cristo no
cotidiano de minha vida, mas não parar por aí, olhar mais além, no meu bairro,
da minha sociedade, do meu país, até ter um olhar mais longe para além
fronteiras do Brasil.
A minha colaboração também se faz com gestos
cotidianos; na luta pela justiça, na solidariedade fraterna, no trabalho de
cada dia, nos gestos de amizade, no aperto de mão, através da oração e também
na partilha de notícias com os missionários fora de meu país através de uma
carta, de um email, etc. Não nos faltam meios para tornar mais missionária
minha vida e a vida da Igreja.
Missão é...
Abrir-se aos outros como irmãos,
descobri-los e encontra-los.
E se para encontra-los e amá-los
é
Preciso atravessar os mares e
Voar lá nos céus, então missão
É partir até os confins do mundo.
(Dom Hélder Câmara)
Rosangela dos Santos, mmx